11/01/2010


A primeira sensação foi a da nudez. Percebeu sentir o peso do cobertor que a cobria da cintura para baixo.
Depois sentiu o cheiro forte do mofo. O odor penetrava em suas narinas, provocando uma sensação de ardência, queimação.
Ardência... percebeu, então, um incômodo no braço. Olhou o que era, mas não pode enxergar, foi aí que se deu conta da completa escuridão.
Tateou o chão à procura do seu celular, mas não encontrou, sentiu somente o chão gelado e úmido.
Preferiu não tatear a cama, tinha medo do que poderia encontrar.
Com a maior cautela que era capaz te ter, levantou-se, não sabia se estava sozinha, e se não estivesse, não queria acordar quem quer que estivesse ao seu lado.
Depois de se levantar, ficou parada aos pés da cama sem ter idéia de qual direção seguir. Resolveu, passo por passo, seguir em frente.
Finalmente! Tateando o escuro pareceu ter encontrado uma porta. Ao menos aquilo era madeira, tinha certeza. Procurou por uma maçaneta, mas a tal "porta" parecia não ter.
Continuou a andar, dessa vez seguindo a direção da "porta". A parede era úmida, algo entre pegajosa e escorregadia, deveria estar coberta de limo.
Droga! Esbarrou em alguma coisa, sentiu o sangue saindo do dedão de seu pé.
Abaixou-se, aquilo parecia um banquinho de madeira. Havia algo em cima... uma vela!
Ai! A cera ainda estava quente, então não tinha muito tempo que fora apagada...
Enquanto continuava a sua caminhada sentiu uma movimentação.
Oi? Nenhuma resposta.
Quem está aí? Silêncio.
Por favor...
Resolveu continuar sua "exploração". A tal da movimentação deveria ser o medo, dizem que ele faz as pessoas imaginarem coisas, pensou.
Sentiu algo quente sob seus pés, quente e molhado... será que estava sangrando tanto assim? Não, não era possível.
E então, pisou em algo.
Um corpo! Meu Deus, um corpo! Definitivamente, aquele sangue não era seu.
Gritou.